Eu inicio por introduzir algumas citações que Peirce faz do Espinosa. Poucos, mas importantes comentários, sugerem que uma nova consideração da “essência” filosófica pode emergir desta análise. Conforme lemos na Ética de Espinosa, essência (ou significado, em termos contemporâneos) não deve ser considerada como forma pura; tampouco é uma qualificação definida com designações rígidas. Significado é potência: em termos pragmáticos, como buscarei demonstrar, a potência de estar pronto a agir, expandindo a própria disposição para responder, encarnando dado hábito de modo eficaz. Deste modo, não procede que o significado é, de modo acabado e de uma vez por todas. Antes, este se faz na medida em que é capaz de produzir novos efeitos. Como disse Espinosa, é uma potentia agendi, um conatus inexaurível que sempre produz uma prontidão para perseverar na ação. Conceitos são mensuráveis à luz de seus resultados: expandem seus efeitos como uma floresta, ou onda, sem uma fronteira ou limite claros. Nossa concepção destes efeitos é o todo de nossa concepção do objeto, reza a máxima pragmática. Significado implica um vasto oceano de consequências inesperadas, Peirce escreve (CP 8.176). Em termos espinosanos: ninguém sabe até onde chega o poder da mente — ou do corpo. Lançarei mão de algumas sugestões de Giorgio Agamben e Gilles Deleuze a este respeito, tendo-os por base para abordar a ética espinosista em termos pragmáticos e o pragmatismo numa forma espinosista.

I begin by introducing some of Peirce’s quotations about Spinoza. A few but important remarks suggest that a new consideration of the philosophical “essence” can emerge from this analysis. As we read in Spinoza’s Ethics, essence (or meaning, in contemporary terms) is not to be regarded as pure form; nor is it a definite qualification with rigid designations. Meaning is power: in pragmatic terms, as I will try to show, the power of being ready to act, expanding one’s disposition to respond, embodying effectively a certain habit. Thus, it is not that meaning is, definitely and once for all. Rather, it makes itself as far as it can produce new effects. It is, as Spinoza said, a potentia agendi, an inexhaustible conatus that always produces a readiness to persevere in acting. Concepts are measurable in light of their results: they expand their effects like a forest, or wave, without any clear border or limit. Our conception of these effects is the whole of our conception of the object, says the pragmatic maxim. Meaning implies a vast ocean of unforeseen consequences, writes Peirce (CP 8.176). In Spinozian terms: no one knows the extent of a mind’s power - or the body’s. I will avail myself of some of Giorgio Agamben’s and Gilles Deleuze’s suggestions on this point, building upon them in order to approach Spinoza’s ethics in pragmatistic terms, and pragmatism in a Spinozian shape.

Form vs Power: Pragmatism and the wave of Spinozism / R. Fabbrichesi. - In: COGNITIO. - ISSN 2316-5278. - 20:1(2019 Jun), pp. 48-61. [10.23925/2316-5278.2019v20i1p48-61]

Form vs Power: Pragmatism and the wave of Spinozism

R. Fabbrichesi
2019

Abstract

I begin by introducing some of Peirce’s quotations about Spinoza. A few but important remarks suggest that a new consideration of the philosophical “essence” can emerge from this analysis. As we read in Spinoza’s Ethics, essence (or meaning, in contemporary terms) is not to be regarded as pure form; nor is it a definite qualification with rigid designations. Meaning is power: in pragmatic terms, as I will try to show, the power of being ready to act, expanding one’s disposition to respond, embodying effectively a certain habit. Thus, it is not that meaning is, definitely and once for all. Rather, it makes itself as far as it can produce new effects. It is, as Spinoza said, a potentia agendi, an inexhaustible conatus that always produces a readiness to persevere in acting. Concepts are measurable in light of their results: they expand their effects like a forest, or wave, without any clear border or limit. Our conception of these effects is the whole of our conception of the object, says the pragmatic maxim. Meaning implies a vast ocean of unforeseen consequences, writes Peirce (CP 8.176). In Spinozian terms: no one knows the extent of a mind’s power - or the body’s. I will avail myself of some of Giorgio Agamben’s and Gilles Deleuze’s suggestions on this point, building upon them in order to approach Spinoza’s ethics in pragmatistic terms, and pragmatism in a Spinozian shape.
Eu inicio por introduzir algumas citações que Peirce faz do Espinosa. Poucos, mas importantes comentários, sugerem que uma nova consideração da “essência” filosófica pode emergir desta análise. Conforme lemos na Ética de Espinosa, essência (ou significado, em termos contemporâneos) não deve ser considerada como forma pura; tampouco é uma qualificação definida com designações rígidas. Significado é potência: em termos pragmáticos, como buscarei demonstrar, a potência de estar pronto a agir, expandindo a própria disposição para responder, encarnando dado hábito de modo eficaz. Deste modo, não procede que o significado é, de modo acabado e de uma vez por todas. Antes, este se faz na medida em que é capaz de produzir novos efeitos. Como disse Espinosa, é uma potentia agendi, um conatus inexaurível que sempre produz uma prontidão para perseverar na ação. Conceitos são mensuráveis à luz de seus resultados: expandem seus efeitos como uma floresta, ou onda, sem uma fronteira ou limite claros. Nossa concepção destes efeitos é o todo de nossa concepção do objeto, reza a máxima pragmática. Significado implica um vasto oceano de consequências inesperadas, Peirce escreve (CP 8.176). Em termos espinosanos: ninguém sabe até onde chega o poder da mente — ou do corpo. Lançarei mão de algumas sugestões de Giorgio Agamben e Gilles Deleuze a este respeito, tendo-os por base para abordar a ética espinosista em termos pragmáticos e o pragmatismo numa forma espinosista.
Form. Peirce; Power; Pragmatism;. Spinoza; Espinosa; Potência; Pragmatismo;
Settore M-FIL/01 - Filosofia Teoretica
   Dipartimenti di Eccellenza 2018-2022 - Dipartimento di FILOSOFIA
   MINISTERO DELL'ISTRUZIONE E DEL MERITO
giu-2019
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